Há cerca de dois anos em Oakland, Estados Unidos, milhares de pessoas marcharam em direcção ao porto bloqueando-o durante muitas horas. Na decorrer desta acção, os sindicatos acabam por se juntar produzindo uma greve histórica num dos mais importantes portos da economia americana.
O tipo de acção, assim como as novas configurações políticas e de comunicação por ela inauguradas, entre os diferentes actores do movimento social anticapitalista, marcam doravante todo movimento occupy americano e também europeu.
Oakland ensinou que o bloqueio da economia, a greve social generalizada, só se constitui em força real quando se torna massiva e múltipla, composta por diferentes frentes de ataque, por diferentes centros de massa organizativos, por diferentes pontos de vista, tendências, experiências, comunas, escolas radicalmente diferentes.
Queremos apoiar a greve em curso dos estivadores.
Queremos interromper a circulação de mercadorias no principal terminal de transporte marítimo de Portugal.
Queremos parar um dos principais nós rodoviários, e também ferroviário, da cidade de Lisboa.
Já experimentámos de tudo nestes últimos anos, que se fazem longos, de crise e austeridade: Saímos à rua em dezenas de manifestações massivas, fizemos várias greves gerais, usámos todas as figuras de protesto que a democracia autoriza. E no entanto por todo o lado se escuta ser necessário ir mais longe.
Sabemos que a crise não nos vai passar ao lado, nem esfumar-se por milagre.
Sabemos que a miséria de quase todos nunca será resolvida pela acumulação obscena de muito poucos.
Sabemos que, ao longo da história, os ricos e os poderosos nunca abdicaram voluntariamente dos seus privilégios.
Queremos parar a economia e colocá-la nas nossas mãos.
Queremos interromper a exploração para construir soluções comuns sobre os escombros de um regime desigual e catastrófico.
Queremos desobedecer à fatalidade da obediência, da pobreza e da miséria.
Queremos que dia 19 de Outubro a rua se constitua como uma força em comunicação com todas as lutas, do trabalho ao desemprego, das pensões à miséria.